terça-feira, janeiro 31, 2006

A 100 à hora - capítulo 5

Capítulo 5

Continuado por: Orlando Dias Agudo




...e fiquei ainda mais desorientado quando reconheci imediatamente o marido de Sofia: era o Gabriel, meu companheiro de liceu, um predestinado para as matemáticas, pouco dado até a namoricos, mas que, pelos vistos, tinha conseguido casar com uma mulher de sonhos. Quando me viu, Sofia fez questão em chamar por mim. Dirigi-me para o casal e tal como eu havia reconhecido imediatamente o Gabriel, ele também me reconheceu de imediato. Caímos nos braços um do outro, perante o olhar estupefacto de Sofia e o diálogo logo funcionou:
- Mario, como é bom rever-te! Há anos que não nos víamos...
- Pois, tu nunca vais aos almoços da malta...
- Sabes, a minha vida transformou-se um pouco...Depois da faculdade, as coisas encaminharam-se depressa demais e hoje sou mais escravo do que um ser humano com agenda livre....

Sofia olhava para nós completamente absorta. E foi ela quem interrompeu aquele diálogo:
- Mas...vocês conhecem-se?
- Claro que sim – adiantou-se Gabriel – nós fomos colegas de liceu e depois as nossas vidas seguiram rumos diferentes...
-Mas este é o Mario que me salvou no meio do nada, quando fiquei sem automóvel...
- Foste tu ?
- Fui....mas fiz apenas o meu dever....
- Temos de comemorar este encontro e tenho de te agradecer o facto de teres safado a Sofia de um problema...Olha: vens hoje jantar connosco e a nossa casa. Não me digas que não podes...
- Poder posso...mas se calhar estrago os vossos planos...

Sofia salvou a situação:
- Não temos nada combinado...Aliás quem encomenda jantar para dois, encomenda para três...

E ficou combinado o jantar. Não deixei de reparar no agrado que a ideia provocou em Sofia, que me fulminou com um olhar malicioso que eu não esperava. E não evitou um piscar de olho ainda mais provocante, que me arrepiou perante a hipótese de Gabriel poder ter visto e interpretado mal.
A caminho do hotel não deixei de pensar no Gabriel que eu conhecera: era um rapaz algo introvertido, que só via número á sua frente, daí ter escolhido uma área de ciências enquanto eu havia seguido letras. O que me admirava era ele ter conseguido uma mulher daquelas, bonita de verdade e com um corpo de espantar. Decerto que durante o jantar ia conseguir descobrir como tinha ele conseguido alcançar aquela meta.

O jantar estava marcado para as 9 da noite. Mas fiz questão de chegar um pouco antes. Quando bati á porta foi Sofia quem veio abrir. Antes de me mandar entrar, brindou-me com um beijo na boca que me deixou atarantado. Depois disse:
- Entra. O Gabriel foi encomendar o jantar e ainda não regressou. Ainda bem que vieste mais cedo...

Continua...


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