domingo, setembro 10, 2006

A 100 À HORA - Capítulo 13

Capítulo 13

Continuado por: Orlando Dias Agudo


Foto:© Ricardo Costa


Foi outra cedência. Sem pensar no que o gesto poderia significar, estendi a mão e Sofia ajudou-me a levantar. O pequeno-almoço estava realmente delicioso, mas enquanto o saboreava e dizia frases soltas de circunstância, a minha mente começava finalmente a analisar a situação. Até ali, eu tinha cedido sempre. Em todas as circunstâncias. Sofia ainda não me tinha ouvido pronunciar a palavra “não”. Sempre obtivera o “sim” e, na ausência da palavra, tinha tido o gesto. O que começava a irritar-me...
Quando o pequeno-almoço terminou e sem que desse a notar alguma impaciência, levantei-me e falei para Sofia:
- Tenho de me ir arranjar porque tenho de ir ao escritório...
- Já? Não é ainda cedo? – Perguntou Sofia – Olhe que o dia é grande...
-Pois é...mas nem imaginas como está grande a pilha de papeis que tenho na secretária.
- É pena...tinha uma sugestão para te apresentar....
- Pois hoje não poderei aproveitar...
- Dizes-me que não?
- Hoje tem de ser...
- É a primeira vez que me dizes que não...

Sinal de que Sofia também estava atenta. Até ali, eu tinha sido o cachorrinho que tinha feito todas as vontades á dona. Só que, desta vez, o cachorrinho tinha tido a coragem de dizer “não”.
Preparei-me para sair. Já devidamente equipado chamei por Sofia pois não queria sair sem me despedir. Ouvi a sua resposta vinda do quarto onde dormíramos...e não só. Não me pediu um minuto. Apenas disse para ir ter com ela...
Fui. Quando abri a porta, nem queria acreditar no que via: Sofia estava embrulhada numa toalha de banho, ainda molhada e passeando um pente pelo cabelo. Seus lábios afivelavam um sorriso já conhecido e maliciosamente perguntou-me:
- Não queres vir limpar as costas?
- Tenho de ir...tenho imenso trabalho para fazer...
-Acredito...mas limpar-me as costas não demora muito tempo...
- Se fosse só limpar as costas ...
- É só isso que peço...
- Pois....mas sabes que eu não posso ver “rebuçados” desses...
- Estás a chamar-me rebuçado?
- Estou....e bastante doce...
- Então pousa a pasta, tira o casaco e limpa-ma as costas...

Não disse “sim” mas o gesto falou por mim. A toalha era felpuda, macia, tanto ou quase como a sua pele. Coloquei-me atrás dela e cumpri a preceito a tarefa solicitada. Mesmo que não quisesse a verdade é que o cheiro da sua pele ou do gel que usava me toldavam o raciocínio. Os cabelos molhados batiam-me na cara sempre que ela atirava propositadamente a cabeça para trás. Num repente, deixei cair a toalha e Sofia ficou abandonada nos meus braços. Beijei-lhe o pescoço, ouvi o seu esgar de prazer e de seguida moldei-lhe os seios com as palmas da minha mão. Ela virou-se, colou seus lábios aos meus, explorou com a língua toda a minha boca e com voz rouca pediu-me:
- Vem para a cama...

Embora contra vontade respondi-lhe que não...


Continua...

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